quarta-feira, 4 de maio de 2016

Inflamável

A minha cabeça é essa loucura de todos os dias
Uma voz me fala pra ir adiante
A outra me para, depois me guia
Essa poesia incansável de noites varadas
As vezes quente
Outras em chamas
Queima no peito
Inflamável
Logo esfria
e me resfria feito o tempo
que com jeitinho me encaixo
Se não der altura
Passo por baixo
Enfrento minha crise de identidade
Que parece andar a 20 por hora nessa cidade
Não sou mistura
Sou arroz e feijão
Coisa simples de se achar por aí
Mas as vezes a vontade muda
Salivo com o sabor de não saber o que quero comer
E me perco no caminho
em busca de algo que me prenda
Desvende
Ou some um troco que me tire daqui.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Ponto de partida

Se o tempo parasse de vez
No ponto de partida
das partidas que você de mim já fez
Se tudo se auto realocasse no universo
toda vez que essa bagunça ficasse tão difícil de arrumar
Não tem tecla que regule
a ferida que se abriu
Não há livro que me iluda
com uma frase de veemência
Eu faço o que posso
Desloco o por do sol pra tua sombra
Eu venho de um ócio
que minha calma te cansa
Eu bebo um negócio que minha alma avinhada balança
Nem tudo é verdade
Tem parte que faz alusões
Nem sempre tenho coragem de seguir as sentidas emoções
Já fui saudade
Já fui calor
Hoje sou andarilho nessa terra desconhecida que dizem por aí que ainda se encontra alguma forma de amor.