quarta-feira, 25 de março de 2015

Tudo que eu podia sofrer por você
Já vivi
Tudo que podia viver por você
Já sofri
O radar móvel conseguiu detectar a velocidade do meu desespero em ir entregar suas coisas
Não que eu não quisesse sua blusa
É que dentro dela te imaginava
Falando que me amava
Mas ia embora
Falando que nossa história era você que escrevia
Mas o poeta sou eu
Você tirou a caneta da minha mão
Fez um desenho macabro de solidão
E eu me prendi nesse quadro
Metade de mim é eclipse
Se esconde pra ficar triste
Mas não quero ficar aqui preso, me ajuda
Balões de gritos nas minhas falas
Só me pergunto qual será o fim desse insight que tive
De que eu mal sei viver sem clichês
Minha doce menina euforia
Eu te busco aí, me espera
Mas me solta desse capítulo triste
Tem uma bola de peso amarrada no meu pé
Me solta, quero ir te buscar
Quero ir te encontrar
Quero chorar com você
Quero você.
Quando puder me liberta, porque sou poeta e não personagem de HQ.

terça-feira, 24 de março de 2015

Remendo

Remendo rasga ?
Rasga. Com o tempo.
Casa com laje quebrada
Pinga uma hora lá dentro.
Cano com burado entra rato
Carro fica com a tinha opaca
se ficar ao relento
Relógio sem bateria
não tem noção nenhuma de tempo
Bussola quebrada
Nos perde no mar
Pra batata virar purê
é necessário ter paciência
Brigadeiro de panela tem que ficar mexendo
Se comer quente, queima o beiço inteiro
Ah, tristeza passa mesmo lendo as noticias
Qualquer ser humano pode ter icterícia
E sobre o amor ? Tem algum segredo?
Sei lá. Nunca entendi nada, nem sei se machuca, faz bem ou dá medo.
Na verdade esse poema é só de remendo. Não causas irreversíveis de sentimento.

sexta-feira, 20 de março de 2015


No espaço entre pensar e fazer
deu um nó, deu um nó!
As dúvidas sobre o que ser quando crescer
Foi meu Ápice infantil
Porque eu queria me aventurar
E fui obrigado a vender pra sobreviver
Não foi bem o que imaginei
Pensei em algo tipo...
Florestas!
Fogueiras!
Animais!
É. Não tive essa possibilidade
Não tem essas coisas aqui na minha cidade
Tem carros, avenidas, pessoas fazendo cooper na pista
E eu trabalhando uniformizado
Não foi essa resposta que dei quando me perguntaram Oq queria ser quando crescesse
Mas agora que sou
Vamos ver no que dá
A história que sai
No que vou me tornar...
Já que não posso ser aventureiro...Meu pai achava lindo quando eu era criança e respondia isso, agora ele me mata.

terça-feira, 10 de março de 2015

Sobre a dor

Para parar de doer a dor precisa ser sentida
É preciso começar ardendo, desconfortável e no fim o alívio
Não tem remédio que não demore um pouco para fazer efeito
De alívio imediato quer viver o homem
De sentir outra dor para esquecer a anterior quer viver o homem
E não!
Não dá para colocar um gosto amargo no lugar do salgado da lágrima
Tem que deixar o sal misturar-se ao doce e virar soro que cura
Nem sempre é uma pista larga de 4 mãos
O caminho pode ter só uma mão pra ir e outra outra voltar
É engraçado que quando sua artéria está apertada
Falta o ar
Dá aquela sensação de que ninguém vai chegar a tempo de te ver morrendo
Daí vem o próprio abstrato e puxa sua mão
Eu não quis me sentir sozinha
Eu não quis sangrar
Não vou tomar outro remédio
Porque prejudica outro lugar
Eu não sei o que faz para não repetir o erro
Não sei onde a vida em passos lentos quer chegar
Ou o tempo me traz de volta alguns sorrisos
Ou em coma quero ficar
Até a dor ir embora e no infinito no meu sonho ela toturar
Passar distante das cólicas de rejeições da minha vida, quero virar de bruço, ficar quieta e me isolar.
Não atendo telefone e nem campainha.
Preciso de cuidado e ninguém consegue chegar, vou ficar olhando sangrar até desmaiar. Não saio da cama hoje.
Não vou me arriscar.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Nossa distância

Pra chegar até você e olhar nos seus olhos tá mais fácil chegar no Rio de Janeiro
Tá mais perto a ponte Rio Niterói
Até se eu caminhar a pé chego primeiro
A Baía de Guanabara separa seu olhar do meu
Deu uma esfriada nesse calor de março
Não estamos mais no mesmo tempo e espaço
Não atravessamos o cruzamento em mãos paralelas
Vou ligar o gps pra ver se te encontro
Acho que nem tem mais seu endereço na memória
Acho que baniram sua rua do meu mapa
Implodiram nossa história
Não sei mais se te espero na rodoviária
Ou se choro as dores de uma despedida
Já que você mudou pra longe
Vou pegar outra avenida
Vem me visitar
Você agora mora longe
Mas a distância é só da minha vida
Vê se aparece um dia.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Uma dúvida

O infinito que existe em nós
É um monte de nós para desamarar
Nisso passa o tempo sem dó
E se eu não correr ai de mim

As vozes que falam no trem
É em monte de nota dó
Se eu tentar entender tudo
Fico louco, será meu fim

O fim da linha desse metrô
É na estação que não vou descer
Cada vez que o maquinista anuncia
Fico pensando se devo ficar e me perder

Nessa viagem lotada de gente com dúvida
Desço com a cabeça nas nuvens embaixo da terra
Não sei se caminho na Av. Paulista
Ou se volto pra Itaquera

terça-feira, 3 de março de 2015

O seu beijo

Houve uma festa lá na Sapucaí
Carnaval, coisa e tal
Um Tum tum tum na bateria
Um tá tá tá no tamborim
Fui teletransportada a isso tudo
Seu beijo me causa som do agogô nos sentidos
Sambo de felicidade
Seu beijo não dá pra fazer cena
Porque a cena é do meu corpo em chamas
Só você apaga o incêndio
Seu beijo molhado
Tum tum tum quando seu lábio encosta no meu
Tá tá tá quando suas mãos seguram meu rosto
Quando você para o beijo se houve o repique, sinal que isso vai longe
Seu beijo é minha alegoria
Que caminha de perna bamba
Calor no meu corpo todo
Seu beijo causa no meu corpo o efeito de uma escola vencedora de samba.
E Eu Nem gosto do Carnaval, coisa e tal...

segunda-feira, 2 de março de 2015

Ela se foi

Fiquei olhando ela pela janela
Ela se foi...
Linda igual chegou
Nada mudou
Ela se foi...
Durou o tempo que dura um vinho bom
Eu desejei
Eu amei
Eu chorei
Eu não pedi pra ela ficar
Porque isso é escolha dela
Ficar ou partir
Tem que ser bom pra ela igual é pra mim
Ela partiu
Da minha casa
Do meu coração
Meu coração
Ela se foi e deixa saudade
Nem olhou pra trás
Eu vi tudo, o jeito dela partindo
Talvez tenha que ser assim
Apertou o choro na minha garganta
Mas acabou o vinho e...
Ela se foi.