A magoa faz a gente engasgar na saliva do choro
Deixa marcas, deixa a lágrima escorrer pela garganta
Me faz ter dúvidas de criança
Me traz lembranças de outro mundo, de navios piratas, rumores do universo
Me faz regressar, me faz ter progresso
Trava a guerra do bem e do mal dentro de mim
Me faz pensar muitas vezes
Sentir dor na garganta
Me leva pra um mundo paralelo
Onde se anda descalço, sente-se a terra, não se usa chinelo
Me faz querer correr uma maratona
Mascara as dores mas também as explode
Fico rumo a leste, oeste, nordeste, norte
Certa vez ouvi uma frase
Que quando sentisse falta de um abraço
Cairia nos braços do mundo
E penso se chegou a minha hora...
Mas aí eu lembro que é uma magoa...
Pra não agir por impulso, falar palavras de lixa
Machuca.
E no final as lágrimas vão cair... vou sentir seu salgado...
Mas vai passar...
Mágoa não é solidão, é apenas o nó na garganta que será desatado.

Diogo

- Meu nome é Diogo.
- Diogo de quê?
- Diogo de Diogo. Não importa o resto.
- ok. Qual sua idade?
- 16.
- Por que você está aqui Diogo de Diogo?
- Só Diogo por favor.
- Diogo, por que você está aqui?
- Eu não sei explicar... não consigo mais voltar pro mundo real.
- E qual é seu mundo?
- Um que só eu entendo...
- Como e quando você começou com isso?
- Quando me senti perdido e sozinho.
- E... isso te fez sentir-se melhor?
- Enquanto estava fazendo efeito sim...
- Você sentia o quê?
- Um calor interno, imaginava pessoas me abraçando...
- E por que você não abraçava as pessoas de verdade?
- Porque elas não me davam liberdade pra isso...
- Então você tinha que se aprgar a ilusões pra superar sua vontade?
- Mais ou menos isso.
- Entendi.
- Diogo... vou te fazer uma proposta.
- Uhm.
-  Escreva numa placa "doa-se" abraços e fique na frente da estação de metrô.
- Não. Isso seria ridiculo.
- Do mesmo jeito que é ridiculo viciar-se em alcool... o que é mais?
- Os dois.
- Vamos pesar o que é mais. Te desafio!
- Nem pensar.
- Seu froxo.
- Grrr. Você verá quem é froxo. Vou fazer essa bosta...

- Diogo. Como você se sente?
- Algumas pessoas pararam e me abraçaram. Foi estranho, bom e ridiculo ao mesmo tempo.
- Nunca esqueça o que vou te dizer agora... Com máscara, sem máscara, de botas, sandálias ou descalço... sempre vai haver um bom coração para você partilhar seus medos e deixar que ele(a) aqueça um pouco seu coração se necessário. Você não precisa se esconder atrás de goles de ilusão... Não é ridiculo querer um abraço, sentir um calor... basta você não ter tanto medo assim de se mostrar. Basta você ter a atitude que quiser sem medo de qualquer rejeição...

Diogo levantou-se. Sorriu. Agradeceu num gesto timido com a cabeça e saiu em busca do mundo...
Desta vez... de um mundo real, sem goles de ilusão. Apenas...de calor.

As visões que me são apresentadas são de fato...misturadas...
As luzes certas vezes como faróis outras um pouco turvas
As botas de cano alto embelezando as pernas das moças... e ás vezes botas de soldado marchando
Um show triste que ninguém compareceu
Uma partida de futebol que o time se fortaleceu e foi aplaudido
São pletinudes inusitadas
Rosas vermelhas
Paredes pintadas
São fatos parte de mim
Mas não nasceram comigo!
São estrelas cadentes
Meteoros
Explosão de sentimentos
Confusões
É tudo tão junto, tão colado
São como flores com espinhos
Velas acessas
Uma panela cozinhando
Tudo parte de uma parte
E no final, tudo junto
É bem assim desse jeito
Nada é triste, mas imperfeito
Não quero fazê-la sofrer
E também quero pegá-la de jeito
É tudo muito meu...
Num fato... que...ninguém entende.

Não sei mais quem sou...

É eu sei...quando algumas pessoas começarem a ler esse post, se é que alguém lê isso aqui, vão dizer que é frescura ou era tpm...como sempre ouço...
Mas ninguém entende que uma fase dolorosa nem sempre é transparente. Não consigo mais amar, não consigo continuar meus projetos...não sinto a dor... mas ela está em mim latejando.
Meu eu grita por socorro e eu mau seu como me ajudar. Estou cansada, perplexa, ranzinza, intolerante e sem graça. Já fui admirada por mim... agora não sei mais quem sou. Machuco pessoas sem querer, não consigo erguer minha auto-estima e meus amigos...sinto-os longe. Sinto-os muito distante e ocupados com suas vidas. Eu queria que ela me ligasse, que viesse correndo me dar um abraço... mas ela deve estar lá...pensando que eu nem sinto a falta dela.
Eu não sei o que fazer... que rumo tomar. Preciso de alguma felicidade...Preciso aprender a sorrir novamente.

Linda Morena

Casa pequena
Dança morena
pega esse balde e põe pra lavar
Lábios carnudos
Um absurdo
O fato é te amar
Nada de choro
Canta comigo
Chorar é preciso
mas não pra você
seu brilho é o breu
colado no meu
Se Deus é preciso
se embola comigo
vamos olhar o céu sem pensar
O meu sacramento é caso encerrado
te olho de lado
e você disfarça...
Se você me esnoba
Se não se toca
Me ponho a sonhar
Deita morena
que sinto o seu cheiro
desvendo o seu jeito
quero te carinhar
Você não me nota
então na viola
faço a nota rolar...

O Confuso

Ele está aqui, ele está lá contornando o curso de um rio
Me faz parar, me faz pensar em coisas imagináveis por horas
Me faz sentir felicidade, me faz andar em circulos
E no final eu não consegui decidir nada
Me faz duvidar de mim
Me faz duvidar do que sinto
E no final não faço nada
Apenas fico pesando prós e contras
EU choro, dou risada
Mas a sensação não vem te explicar
Vem para te confundir mesmo
E eu que sentia atos infantis
Mas não acho o imaturo
Eu que só quis ficar lá e provar pra mim mesma
Que não passa de um ato confuso
Uma fase de conturbação.
Mas passa...
Eu bem seu que passa.

Ela...

Ela me consome...
Ela me protege...
Ela dorme comigo...
Ela meus sonhos rege...
Ela me ama...
Ela me quer...
Ela é meu tesouro...
Ela e meu porto seguro...
Ela é minha primeira linda poesia...
Ela é meu sonho de calmaria...
Ela é quem me faz ceder...
Ela é minha... e eu só dela.

O rosto rosado dela...
Enrubesce a cada elogio expelido de minha boca
Ela causa deleite aos meus sonhos
Faz algo pulsar em meu peito sem eu mesmo conseguir controlar
Logo que sinto carinho...
Ela aparece...
Logo que sinto desejo
Ela quem me satisfaz
Todas as minhas dores são amóditas
Porque ela me quer
Diz que quer cuidar dos meus filhos
Diz que quer acariciar meus cabelos e sorrir ao vê-los bagunçado pelo vento
A sua voz aguça meus sentidos
Suas mãos são aquelas que quero segurar sem rumo
E o tempo?
Com você ele não existe...
Ele apenas faz com que cada minuto ao seu lado seja o mais feliz de minha vida.

A Paz que habita no meu ser, é a paz que eu preciso para me libertar
Ver a luz dos olhos
Prestar atenção nos detalhes
Brincar com os retalhos
Costurar os corações partidos
A insegurança que me permito é aquela que não acredito
Mas ela está lá e insiste
Quero sentir a alegria que as flores sentem ao ventar em suas pétalas nos dias quentes
O Alvoroço de um cardume a devorar suas vitimas
Quero chorar o sentimento de uma criança sentida
Quero saborear uma fruta e se dar o direito de lambuzar o rosto inteiro
Não quero o insensato nem o exato
Quero o acorde inesperado
A gota que pinga em minha teste
A tese de um futuro sadio
Quero a prece que eu não mereço
Mas que faço por merecer
Quero a noite ficar acordada
Vento as estrelas aparecerem
Não quero perder os detalhes dos contornos das figuras
Quero ver a natureza em sintonia
Que ela não se revolte contra nós, humanos tolos e intolerantes
Quero sorte
Quero paz
Quero toda alegria que eu for capaz de suportar!