sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Um gole
Dois goles
Três...
A visão meio embaralhada
Não sei a dose que estou tomando
A dor não passa
Esse álcool tá com defeito
Não está ajudando
Ou será que o defeito está em mim
No âmago
Sei lá, se sou homem ou mulher
Tanto faz agora
Doi do mesmo jeito
Sei lá se eu já vou ou estou voltando
Não para de doer mesmo
Tudo de novo, a mesma dor de amor
O mesmo erro
Em outra intensidade
Já começou e mais uma vez Boa sorte
Que vença o melhor de você
Se você aguentar
A gente se vê por aí em qualquer bar
Ou em qualquer outra vida
Deixe a gorjeta do garçom em cima do balcão
Porque você encheu demais, sem paz.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Ela

Ela esconde nos olhos cada frase pronta
O medo não assusta ela, mas faz ela travar
O homem está gritando na rua
Metade é Loucura de seus ouvidos
O resto é ansiedade disso passar
Ela reflete tão rápido quanto a maresia
Respinga em tanto lugar
Ela até quer ser indiferente
Mas nem toda hora ela sabe o que falar
A razão é o paladar de sua ânsia
Seu coração é o gosto do prato de domingo
Ela sente falta dos seus laços, da sapatilha, de gente do seu sangue que já não tem
Não acordou bem hoje
Pensamentos infames
Nem lembra se fechou a janela
Ou o que fez entrar em sua casa aquele enxame
Enxame de estupidez, morbidez, corticóide...
Buscou o filho na escola, reclamou do cansaço, não fez nada o dia Todo.
Tem gente que gosta do sorriso dela, mas faz tempo que ela não dá um pio. Quieta, estática, arrepiada, pegou um livro, sentou e fingiu que estava lendo
Ela só estava imaginando a história que queria viver
O mundo que espera se entrelaçar em seus dedos
Ela não tem muita certeza sobre o que deseja pra hoje
Mas queria uma fatia de audácia
E uma pitada daquele ânimo atípico
Ela quer mudar tudo
Mas não tem ninguém que a faça ter vontade de arrastar os móveis
Ela organiza a casa e não sente mais aquele cheiro bom de Jasmim
Você julga e pressiona uma atitude dela
E esquece que ela existe em você, e doi tanto quanto pedra no rim.
Deixa ela quieta, ela só precisa pensar um pouco
Amanhã ela acorda bem e coleciona novas confusões
E talvez fale sobre. Talvez não.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Conhece esses chinelos?

Conhece esses chinelos?
Sim, e esses pés também, como ninguém!
São os pés que eu beijo
São os pés que me pisam
Os pés que desejo
É a delicadeza de salto alto
O Andar que eu me exalto
É o pé feminino
O pé que eu beijo simplesmente por querer beijar o resto
Confesso!
Seus pés de mulher desejada
No chinelo de domingo
Quase não se nota no calçado
Mas quando você coloca ele sobre mim
Minha excitação se escuta
Mas eu fico surda
E me entrego para beijar seus pés
Descalços
E você desnuda.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

a fala se perde,
se cala,
Fica rouca.

No meio de tudo isso
Sinto falta de um jeito
era quase o começo de uma mitologia
tinha força
tinha medo
tinha magia
Gaia, Eros, Urano
Atrações, criações
Era moldada a arqueologia de outrora
já foi assim
agora é parte histórica de mim
Não tem Artemis que me salve
porque não teve intenção
Foi algo meu
meus olhos viram,  piscaram e relevaram
parte de mim queria, outra reluta
e a terceira formou má conduta

acreditei ser politeísta para ter mais gente para me livrar disso
Meu Hades,  meu Apolo
me tiro do mundo morto e vou escrever poesia
Essa mistura me invade
e uma simples palavra, um ciúmes, uma fala que meu olho vê, me incomoda tanto que vira arte.  E sai de mim de repente, mistura de Ares e Afrodite,  um tufão, emoção Olímpica, quase incrédula que alguém vai me proteger.

Quando eu penso em você...

Na noite fria que fazia
Seu abraço me fez ter febre
Naquela dança que aconteceu
Nossos olhos se cruzaram
E nossos lábios não aguentaram a tentação

Pensei em você...
Fiquei com cara de boba
Também pensei em desistir daquilo tudo e sair correndo
Mas porque eu não aceitaria seu sorriso?
Seria até engratidão da minha parte

Pensei em segurar a sua mão por toda a cidade
E também pensei que não queria me machucar denovo
Mas por que não tentar mais uma vez?

Você me fez sentir borboletas no estomâgo
Me fez rir sozinha
Me fez querer você aqui...só pra eu ficar te olhando...
Olhos de amêndoas

Se for divino...que me preencha seu amor
Se for momento... que seja único
Se for paixão... que queime meu peito
Mas se for amor, que não doa muito

Eu quero o infinito de coisas que existe aí dentro.
Com medo ou sem medo, quero encaixar meu corpo no seu
E que encaixe!
Me ache...te espero outra vez....

Tô lisa

Subi no ônibus
Cobrador, me perdoe, não tenho um trocado
Tô lisa, sem nada, sem um centavo
Mas me ajuda a chegar
Prometo pagar quando eu voltar
Só não sei quando volto
Deixa eu passar por baixo?
Quebra essa?
Se eu te contar como anda minha vida
Tá igual esse bus parado no ponto
Monte de gente pra subir e não tem lugar pra sentar
Bolsa tudo jogada no chão
Criança chorando
Motorista pedindo um passo pra trás pra poder fechar a porta
Nego vendendo bala gritando
Pra quem tá de pé é bem difícil
Já que não dá pra puxar assunto
É um saco tudo balançando
Manter o equilíbrio nessa hora
Coloco o fone de ouvido
Pra não ouvir sermão de religioso
Eu Não tenho grana
Mas tô ouvindo música pra acalmar essa vergonha
De Não ter um real
Um dólar
Um peso
Quero sair do buraco mas estou preso
Vou descer em qualquer parada
Pra ver se acho um dinheiro perdido no chão
Porque Não sei de onde tirar
A gerente negou meu crédito
Cartão tá sem pagar
 Esse papo de finança é um tédio
Sempre fui ruim De administrar
Mas é assim Que Andam as coisas
É pura realidade
Tô no buraco vermelho
No fundo do poço
Tô com Medo do espelho
E da cara do moço, o cobrador
Porque chegou a hora de descer, ele deixou eu passar por baixo.
Baita vergonha. Que vergonha!
Mas não tive escolha, desci
Em qualquer lugar
Vou ver se vendo alguma coisa
Preciso de pelo menos Um tostão
Pra resolver essa situação de risco
Honrar meus deveres
Pagar meus compromissos
Podia jogar na Loto... Mas não tenho nada no bolso
Tá triste de ver. Peguei carona e fiquei preso no ponto. Não tenho Pra onde ir.
Sentei no banco e fiquei pensando...
Um dia decido o que fazer.
Tchau moça, bom retorno pra casa, bom descanso. Foi bom papear com você sobre seus carnês. Boa sorte com a nova escola mais cara do bebê.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Meu encaixe

A haste no pneu
Julieta, Romeu
Prego no martelo
Pé no chinelo
Surfista na prancha
Criança na balança
Sol no verão
Molho e macarrão
Esquina e calçadão
Cortina na janela
Noiva e seu vestido
Ceia da familia no domingo
Funk no Morro
Cavalo e o Zorro
Juiz e o apito.
Cada um tem seu inseparável
O começo de algo imutável
A razão e a emoção
Você me reparte, se junta em mim
Você é minha parte, meu encaixe.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Todos os clichês da minha vida

É uma longa história de
Um dia a gente se vê
Depois eu te falo
Me liga depois
Vamos marcar qualquer hora
Podíamos fazer isso qualquer dia
Também queria muito
Eu também te amo
Ainda vamos rir de tudo isso
Já estou chegando
Pior que tá não fica
Não quero te perder
Você nunca aprende
Me dá mais uma chance
Tenta mais uma vez
Não sei se vou conseguir
E aí me conta as novidades
Na verdade, nunca é tarde pra ter
Saudades...
De todos os clichês da minha vida.

Corro de saudade

Pra te ver eu corro de saudade
Pulo o muro
Entro pela janela
Encaro medo de altura
Subo no pé de seriguela
Pra te ter encaro até realidade
Vou e volto na sua cidade
E arrisco me perder
Pra respirar seu cheiro
Eu ajoelho e te dou uma flor
Invento um caso, um favor
Pra você me pegar num toque
E eu poder te encostar
Te olhar no olho é meu preferido
Não vá correndo
Porque eu vou te amar devagar
Conhecer cada canto da sua esfera
Tirar dos eixos sua doce vida
Porque eu vim pra te bagunçar
Joga teu cabelo de lado
pra eu ver teu rosto
Se você me desenha na mente
Eu quero pintar teu gosto
E quero me fartar do seu toque
Inventa um estoque dele pra mim
Quero tecer a teia de me arranha
Desenha nas minhas costas
Tatua a vontade em mim
E por último
Pra eu ser seu fogo, cobertor do seu abraço
Te gosto, eu faço
Pra você deitar do meu lado
E sentir frio pra querer se esquentar em mim
Não precisa inventar desculpa
Fica e me aproveita
Porque assim eu também paro de inventar esse lance de passar na sua rua
Só pra ver se carro está na garagem
E fazer mil viagens
Pra quem sabe te ver
Nessa vida quase sedentária
Eu só corro mesmo é de saudade
E pra te ver.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Conjunção

No escuro,
uma luz de sentimento
Havia pessoas por todos os lados
Mas só vi você e eu
Você me olhou a fundo
Me entreguei
Não diga sobre seus medos
Porque os meus eu nem comecei
É uma lista pequena
Para os muitos desejos que você me desperta
Seus olhos disseram, o que sua boca temia
Mas o amor saiu da sua boca na Luz do dia
Eu num susto de felicidade
Concordei
Que esse momento é nosso
Esperei
Que nosso relógio marcasse a hora exata de te fazer bem
E que em todos os lugares que eu passe, você venha junto comigo
Mãos dadas, caminhando, nesse sol de domingo
Não importa como, segura minha mão
O amor que transborda agora meu peito, são detalhes da adição de dois tempos, um amor, uma conjunção.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

preciso de bandaid

Seguia pela rua tranquilamente
Numa distração, fui atropelada
Num espaço curto de um minuto passou na minha mente tudo o que eu ainda não tinha feito
Não tinha ido para o Hawaii
Andado de JetSki
Não tinha visto um tango
Não tinha escalado a montanha
Fiz tanta coisa inútil
Sofri por dores de uma semana
Eu fico aqui pensando
Tive várias chances de me salvar
E eu já estava toda machucada
Antes mesmo daquele carro me atropelar
Já doía
Já estava distraída
Já tinha caído no chão
Aquele automóvel só concretizou o que já acontecia, minha falta de atenção
Agora tenho dois machucados
Um na perna inteira
E vários no coração.

É guerra!

É guerra!

Tenho minhas lutas diárias, meu arqui-inimigo mais fácil de derrotar é o despertador.
Num tapa eu consigo acabar com ele.
Mas tem outros que não consigo ver de forma materializada igual esse oponente barulhento.
Tem um que me deixa acelerada o dia todo, fisicamente em um lugar, cabeça em outro, tem o poder de enfiar pensamentos na minha mente e desconcentrar você da luta. Tome cuidado porque esse consegue até fazer você comer demasiadamente, bem estratégico.
Tem outro que tem um freezing paralisante. Congela dentro da sua barriga e nem é pela boca, te trava, você não consegue ir e nem voltar. Você até pode tremer, esse inimigo te perturba a mente de um jeito que você acha que não consegue, ou que vai perder as pessoas que ama, ou que você é pior que todos os outros. Cuidado para ele não te dominar de um jeito que você nem consiga mais fazer planos de vitória.
Tem um que eu detesto mais. Esse eu fico no 1x1.
Ele me faz enxergar coisa onde não tem, ou até tem mas não quero ver.
Me corrói por dentro igual ácido pode corroer o ferro.
Te deixa atônito de raiva, mas esse atônito acaba e você vai brigar com quem não é o inimigo. Danado esse inimigo, porque ele é aliado ao do freezing paralisante, dois contra um a maioria das vezes.
E por último e não menos forte, tem aquele que te faz ser burro, não perdoar, não desculpar, não voltar atrás, achar que você está completamente certo e até impor sua verdade. Esse vem pra destruir em massa. Ele não liga para a sua opinião ou fraqueza, quer ganhar a luta e coleciona quantidade de corações gelados. Se ele perder uma luta, jamais abaixa a cabeça e assume que perdeu, pode te ignorar para sempre, mas nunca assumir que é mais fraco que você.
Esse último eu derrotei há muito tempo, mas ele não assume que perdeu e não olha mais na minha cara e nem me enfrenta para não ter que perder de novo e passar por essa humilhação de ter que baixar a guarda.
Os demais, comprei uma espada com um samurai desenhado. Vamos a luta! Vou derrotar esses arqui- inimigos insistentes.
Avante...! Vem que é guerra! Está travada, ops estou travada de novo, freezing paralisante filho d....

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Entre quatro paredes

Entre quatro paredes
Há tantos segredos
Detalhes sórdidos
Medos
Há juras eternas
Roupas que não servem mais
Palavras que não servem mais
Há poeira
Pensamentos, bebedeiras
Há rumores de decepções
Cafés pela metade
Um ingresso de show perdido
O sufoco
Um grito
Uma conta sem pagar
Tem também cheiro de você no lençol
Suas mãos puxando o edredon
Sua voz sussurrando meu nome
Tem a dúvida
A empatia
Rotina do dia a dia
Gente que entrou e saiu
Tem o bilhete de metrô jogado
O rádio ligado
Minha lingerie cor de pecado
Tem ilusão dentro do guarda roupas
E alguém achando que está louca
Tem você, tem eu, tem tantas horas que eu me perco
E depois me acho
Num espaço
No tempo inexato
Aqui nesse quarto, entre as quatro paredes que me enquadram
Nesse quadro da minha vida.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Odeia que me ama

Lancei uma opinião meio torta
Ela me mandou sair por aquela porta
Não fui
Ela me empurrou
Caiu em cima de mim
E me amou ali mesmo no chão
Ela Me ama e odeia ao mesmo tempo
Que Coisa de gente estranha!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A porta

Verifiquei três vezes se tranquei a porta
Você fica sonâmbula a noite
Me diz palavras tortas
que no dia seguinte cabe a mim esquecer
Diz pra eu ir embora
Pra dormir lá fora
Depois pede pra eu ficar
Você tem idéias loucas
Culpas que grita com a voz rouca
Choros que não consegue conter
Você me abraça ouvindo a chuva
Pergunta se escrevi poesias
Repete que é fria
E outros detalhes que não vejo dessa forma
Diz que sou muito otimista
Mas não me dá nenhuma pista
Do que você quer pra você
O que seu olho fala semente
O que a boca não diz já brotou
Você jura que não vai largar minha mão
Mas pulei sem olhar pra trás
E vc não me segurou
Eu caí numa queda na pista
Acidente de percurso
Você chorou
Mas não soube o que fazer
Não decidiu se despedida
Ou Se pulava em cima e mim e pedia pra eu não morrer
Eu morri só um dia
E decidi por você
Porque Você não sabe ver o lado bom das coisas
E eu já tinha decido viver...
Com ou sem Você.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Tarde demais

Atrasei meia hora pra cortar o cabelo
Cheguei tarde e não entendi o filme inteiro
Quando desci do metrô não a vi mais
Perdi o filme no canal 235
Sempre a hora se desvia de mim
Eu nem uso relógio
Não arranjo uma namorada porque não chego na hora marcada
Sempre estou um tempo atrás
Hoje cansei e adiantei o despertador
Atrasei uma hora ao invés de meia
O sono chegou tarde
Pensei tanto atraso de vida
Não pude evitar
Me sinto tão atrasada
Tão presa em ir depois
Fazer daqui a pouco
Comer em cima da hora
Rezar trinta minutos menos
Essa bagunça me perturba
Mas daqui a pouco penso nela
Não vou resolver agora
Vou procrastinar
Porque estou atrasada pra um encontro
Tomara que quando eu chegar ela ainda esteja lá.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Carlos

Carlos vivia com um saco de arroz nas costas
Ah! Era a sensação do peso
Comia as palavras com farinha
Se perdia no caminho de volta pra casa que fazia todo dia
Carlos por muito tempo teve controle de tudo
Pagava as contas em dia
Fazia compras de mês
Assistia seus jogos de futebol
Arriscava falar francês
Mas aí ele arriscou e perdeu tudo
Quase tudo...
Ele ainda tinha um par de all star branco
Calçou e foi andando
Mas all star não dura em andarilho
Como o jogo tem dois tempos
Tempestade com vento
E dores de amor
Carlos viu que nada dura pra sempre
É intermitente
Nem mesmo sua rotina se for ver
Carlos não lembra quando foi a praia a última vez
Foi gastando o tênis branco até lá
Ah! Carlos não vai pisar na areia de tênis mesmo
Deixa gastar...
Ele não se importa de ficar sem
É só algo material
Tudo foi feito pra acabar mesmo
Até sua fase ruim
Ele foi dar um mergulho, deixou os tênis brancos na areia.
Alguém achou que não tinha dono e levou
Carlos nem viu, nem percebeu
Tá lá na água...