domingo, 30 de novembro de 2014

Sempre tive medo de altura
Só de pensar nos brinquedos do parque
Meu temor transfigura
Sempre tive medo da sorte também
Porque pra mim ela não existe
Existe uma vibração positiva
Uma coisa sensitiva
Um cuidado de Deus
Mas aí eu fico surda
Me dá agonia
Não sei ler os sinais
Ele falou comigo em libras num sonho
O que aquilo queria dizer?
Era um sinal para amanhã
Era um segredo?
Era uma sorte encoberta?
Ah! Eu não sei...
Que desespero sentir essa tontura
Eu tô no alto da torre
Meus sentimentos também
Estão a mostra
Postos a mesa com a minha cabeça
Quero ser imparcial
E sou...espacial?
Minha cabeça está viajando
Meu coração palpitando
Minhas idéias voando
Meu Eu interior me criticando
O que é certo fazer então ?
Se tudo que estou sentindo tá errado
De um jeito ou de outro tá tudo ao contrário
Que coisa esquisita meu medo
Vou cair na estrada e descer
Porque os pés no chão vão me fazer entender
Vão direcionar as palavras
Vão me resgatar
No fim...eu sou um caso sem fim
Um rascunho de roteiro
A história não se concretizou
Mas está ali a intenção
Não sei...
Não sei...
Não sei...
Fim.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

moça e menino


Moça e Menino

Eles se encontraram em uma esquina
Por aí
Falaram baboseiras
Bla bla blás e bruxaria de HogWarts
Ele ofereceu chicletes
Ela sugeriu cerveja
Ele não gostava de cerveja
Ele sugeriu vinho
Ela gosta de destilado
Ele fermentado
Ele lia hq's esquisitos
Ela Scott Pilgrim
Ele desenhava em qualquer tormento
Ela escrevia sem fim
Eles tinham semelhanças
Quais?
Sei lá, eles não pareciam normais
Ele falava pra ela encontrar equilibrio
Ela falava para ele fazer loucura
Ele quis acampar no Campus Party
Ela achou demais!
Tão diferentes. Tão iguais.
Tatuagens, Musashi, amores
Desconfortos. Acertos. Arredores
Tudo tão conectivo
Uma intuição
Um risco
Um conjunto de sensações estranhas
Mundos paralelos
Façanhas
Encontros e desencontros
Tecnologias funcionais
Desejos sinceros e buscas por iguais
Ele não quer dividir
Ela não quer invadir
Ele situa ela
Ela gosta dos olhos dele
Ele faz ela chorar
Ela reclama que borrou sua maquiagem
Mas nesse encontro importante
Eles só querem chegar a um ponto
Felicidade e nada além
A igualdade de outrem
Aos caminhos do trem
As estações que não tem sinal
Ao mesmo coração atingido
Começo sofrido
Final feliz
Eles sentam os três de frente para o mar e cantam
A canção de um bom entendedor
De letras sinceras
De loucuras de verdade
De honestidade
Eles se despediram na esquina com a 23
Ele não desceu, foi junto
O papo fluiu
Ele não teve Medo
Ela ficou feliz
Pediu segredo
No final as inseguranças se completam tanto
Parede do muro de Berlim
Rush
Chico Buarque e Caetano
Tchau menino vai embora
Tchau moça, foi bom te conhecer
Foi bom também.
Me liga quando estiver no trem e tentamos falar
Ok. Mas entre o Sacomã e o Ipiranga não vai pegar
Estamos no mesmo lugar.
Não, não Estamos.
Mas se acalma, logo voltamos a nos conectar.
Ele tem tem inteligência emocional
Ela ansiedade pertubada
Mas não tem jeito
Um lance os conecta
Uma paixão discreta
Super-heróis
Editora coruja
Palavrões de boca suja
Ele vai chegar em casa e não encontrar ela as vezes
Ela vai dormir acompanhada
E no final a gente faz macarrão e ri
Todo mundo junto. Livres. Leves. Em paz
Ele pisca pra Ela.
Ela sorri.


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Ponto Cruz

Peguei todas as músicas que tinham a palavra medo e teci um poema
De nós mal dados
De linhas arrebentadas
De pontos mal calculados
Medo de usar um retalho
Estampas ou pano liso?
Cruzei os pontos
Que tonto!
Tive que refazer
Sou tão péssimo em construir
Tão péssimo para tecer
Saiu um pano ao som do filme do Godard
O clássico me perturba
Eu só queria mesmo era bordar sem estar a mercê
De escolhas de tecidos, linhas, você
Não quero te desenhar em toda arte
Nem estampar uma parte
Do que não sou pra você
Não quero transparecer meu receio em todo poema
Eu quero é sair de cena
Até meu tecido ganhar uma forma
Um bordado, uma força, um som, um tom, uma cor, criatividade, netuno, plutão, sabonete, tesoura, discos, amigos, isqueiro, entorpecente, chuva, mar...
Até eu rasgar ele na loucura
Por não saber que ponto usar.
E nem desejei a cruz.
Rasguei na fúria. Loucura. Eu bordei loucura dentro de mim. Foi esse ponto que escolhi.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

 Tsunami de emoções.
Só isso por hoje.

domingo, 23 de novembro de 2014

Blues da Guerra

De longe uma espera
Um retrato transfigura uma guerra
Feridos, armados, punidos
Por nada
A cena me leva a pensar
Que cada ilusão fica presa em um partido
Um legítimo coração partido
Não se cura
Não almeja emoção
É tudo parte de um holograma
A dor nem se clama
Bala perdida
Menos vida as cores
Preto, branco, cinza
Acabou a tinta
Não tem mais história a seguir
Não tem ninguém a frente
Não tem soldados
Não tem tenente
A guerra acabou, volta pra casa
Põe um blues no rádio
Esquece tudo o que aconteceu
Mudou tudo. Não mudou nada.
Esquece tudo, desliga o blues e dorme
Pode ser que ninguém te ouça chegar da batalha
Troca de roupa. Esqueça. Acabou.
Guarda na lembrança que não houve canção
A guerra apenas aflorou mais solidão.

Lamúria da Nova Era

Lamúria da Nova Era
Ela ficou on line por 5 minutos.
Saiu.
Ela ficou on line de novo.
Não falou comigo.
Em outra era eu nem ligaria
Afinal nem existia esse troço
Essa conexão me remete agonia
Ah, agonia!
Eu espero e nada
Que babaca que eu sou
Ela ficou on line de novo
Nem um sorriso mandou
Ela me mata desse jeito
Nem Um ponto, nem um hífen
Nem um nada, nem um não
Quero regredir as cartas
Pelo menos meu coração nem sente
Essa tecnologia é boa para quem é deprimente.
Homizio.
Homizio no seu abraço
Te caço, te laço
Não deixo você levantar
Sensação estranha te deixar ir embora
Aperta demais a saudade de te ver de novo
Eu corro
Eu paro
No meio fio da vontade
Sorriso de lembrar
Aquela menina é maluca
Faz minhas vontades
Retorna palavras incansáveis
Me olha nos olhos ao falar
Me toca com unhas vermelhas
Eu fico presa as teias
Que ela lança no ar
Seu beijo tem gosto de insanidade
É doce, hipnotiza
Folego falta. Falta ar.
Perco a noção de tempo e espaço
Nada que não resolva nos seus braços
Não demora muito pra voltar...

Saudade.

Será que essa saudade passa alguma hora  ?