quarta-feira, 29 de julho de 2015

Em cada onda

Ela nem sabe que não sei nadar
Em cada onda
Em cada maré brava
Ela faz eu me afogar
Ela me traz um sal de emoções
Um dia me dá cebola pra cortar
No outro tem carbonara nas refeições
Ela é tão importante
Igual o pretérito imperfeito importou pra que eu esperasse que ela não me mastigasse assim
Ela nem liga, ela nem aparece
Depende do tempo e do lugar
Ela me diz que vai acabar
E eu nunca sei o verbo que eu devo conjugar
Se você não vem meu coração percebe
Faz três dias que sonho
Que seu amor teve fim
A sua liberdade não me fere
Me machuca a inconstância que você prefere
Queria que fosses feliz
Queria que sua paz fosse a mesma da praia do sono
Sem preocupação, sem consumação
Só a certeza de que o dia não precisava ter acabado
Nesse dia eu mergulhei no mar, sem nenhum perigo
Sem lembranças de ter me afogado.

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