terça-feira, 10 de março de 2015

Sobre a dor

Para parar de doer a dor precisa ser sentida
É preciso começar ardendo, desconfortável e no fim o alívio
Não tem remédio que não demore um pouco para fazer efeito
De alívio imediato quer viver o homem
De sentir outra dor para esquecer a anterior quer viver o homem
E não!
Não dá para colocar um gosto amargo no lugar do salgado da lágrima
Tem que deixar o sal misturar-se ao doce e virar soro que cura
Nem sempre é uma pista larga de 4 mãos
O caminho pode ter só uma mão pra ir e outra outra voltar
É engraçado que quando sua artéria está apertada
Falta o ar
Dá aquela sensação de que ninguém vai chegar a tempo de te ver morrendo
Daí vem o próprio abstrato e puxa sua mão
Eu não quis me sentir sozinha
Eu não quis sangrar
Não vou tomar outro remédio
Porque prejudica outro lugar
Eu não sei o que faz para não repetir o erro
Não sei onde a vida em passos lentos quer chegar
Ou o tempo me traz de volta alguns sorrisos
Ou em coma quero ficar
Até a dor ir embora e no infinito no meu sonho ela toturar
Passar distante das cólicas de rejeições da minha vida, quero virar de bruço, ficar quieta e me isolar.
Não atendo telefone e nem campainha.
Preciso de cuidado e ninguém consegue chegar, vou ficar olhando sangrar até desmaiar. Não saio da cama hoje.
Não vou me arriscar.

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