sábado, 11 de abril de 2015

Minha crônica sobre o amor

Eu mandei uma carta pra ela. Ela nem acredita que a amo, mas vale a pena registrar com caneta porque é mais difícil de apagar.

Um dia ela acordou e me ligou tão carinhosa. O amor dela naquele dia demorou em mim tanto quanto uma fila de pacientes demoram no hospital do SUS.

Esse vai e vem me mata. É tipo comer barra de cereal quando se quer comer um suculento bife ancho. Dá vontade de falar pra ela que aqui não é Black Friday não; vem uma vez por ano, leva o melhor que achar e ainda leva mais porque na tá promoção. Depois some.

Nunca soube escolher direito. Já ouvi muito a expressão "pra sempre" nos relacionamentos.
Acho que deve existir um disque-clichê que ao começar um relacionamento você liga para umas dicas e a atendente diz: - é início, já tá namorando ou casado?
Você é tudo que faltava na minha vida, vamos ficar juntos pra sempre mas não é nada disso que você tá pensando!

No final, pro meu governo, nenhuma informação é válida quanto ao amor, é pra cada um de um jeito. Um clichê de novela, falar demais num dia, calar demais no outro. É clichê barato, o bacana falando ósculo e idiossincrasia pra impressionar.
É gelo, é fogo, é creme rinse, é sarará.
Não tem como prever dia bom, se vai separar.

O amor é o recheio da trakinas que você adora comer puro e deixar a tampinha pra lá. Daí vem alguém que não tem nojo e come a bolacha. Daí vocês ficam unidos pelo recheio que um comeu e a bolacha que o outro nem ligou se estava babada.

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