domingo, 30 de agosto de 2009

Dama da Noite

Meu olfato me guia a uma rua calma
Crianças brincando de esconde-esconde
Luzes de televisão piscando nas janelas das casas
Uma lua plena, sinestésica
Retorno minhas lembranças a minha infância
Tempos em que eu perseguia as aleluias e prendia-as pelas asas
Em que eu sentava na calçada e contava as estrelas (mas isso ainda faço!)
As vozes infantis poliam a noite
Sinto falta de janelas no escritório
para eu poder ver o sol antes que eu feche os olhos sem nunca mais poder vê-lo
Mas o paradoxo do cotidiano, nos cala
Fadigo-me da vida por não poder sentir o cheiro das azaléas
Mas sinto o cheiro das damas da noite
Elas exalam o perfume do céu
As quatro paredes diárias me fazem ser niilista
Não por negatividade, mas por eu ser filho de uma natureza vasta de belezas ocultas
A brisa do vento bagunça meus cabelos
Assustei com uma bicicleta que passou rapidamente do meu lado
Haverá dias em que eu nao verei o sol
Também haverá dias de chuva
Mas é passageira... e logo continuarei sentindo pelo menos o aroma das Damas da noite.

Um comentário:

  1. Sim. Em meio ao caos sempre existe algum elemento para nos guiar.

    Parabéns. Tua escrita melhora a cada dia!!!

    Grande beijo, forte abraço!!!

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