sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Bloqueio

Bloqueio.

A alma do artista entrou na contramão
as luzes dos carros o cegaram.
Ele pensa se os motoristas que estão conduzindo esses veículos sabem conduzir suas vidas tão depressa
Farol alto
Não enxergo nada.
Minha alma vaga sem rumo
Agora no acostamento
Não tem nada aqui na memória
Não tem poesia
Nenhuma história
Não tem desenho que fique bom
No primeiro risco, desisto!
Minhas emoções estão tão embaralhadas
Que o som não causa sinestesia
Não lembro de nenhum vinho bom
Mas tomo a seleta do dia a dia
As palavras não ditas não querem sair
Voz rouca
Se encontrar criatividade por aí
De um abraço nela
Se encontrar inspiração na mão contraria
a minha
Dê minhas referências
Sou o cara de blusa laranja
All star preto
Bigode, calça jeans
Fala pra ela me encontrar do outro lado
Se mesmo assim ela não me encontrar
Dê uma pista a ela
Sou o cara ali com a mente vazia de tão cheia.
Bloqueado. Vagando. Tentando.
Andando em direção a pista central
Quem sabe minha alma não descreva dores de atropelamento em um papel
Ou detalhes de como atravessou rápido a avenida congestionada
Se ela ainda assim não achar
Diga que mandei lembranças
Que a alma foi sem rumo buscar uma criança que até ontem morou em mim.
Acho que mudou
Porque eu mudei.

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