quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Ela

Ela esconde nos olhos cada frase pronta
O medo não assusta ela, mas faz ela travar
O homem está gritando na rua
Metade é Loucura de seus ouvidos
O resto é ansiedade disso passar
Ela reflete tão rápido quanto a maresia
Respinga em tanto lugar
Ela até quer ser indiferente
Mas nem toda hora ela sabe o que falar
A razão é o paladar de sua ânsia
Seu coração é o gosto do prato de domingo
Ela sente falta dos seus laços, da sapatilha, de gente do seu sangue que já não tem
Não acordou bem hoje
Pensamentos infames
Nem lembra se fechou a janela
Ou o que fez entrar em sua casa aquele enxame
Enxame de estupidez, morbidez, corticóide...
Buscou o filho na escola, reclamou do cansaço, não fez nada o dia Todo.
Tem gente que gosta do sorriso dela, mas faz tempo que ela não dá um pio. Quieta, estática, arrepiada, pegou um livro, sentou e fingiu que estava lendo
Ela só estava imaginando a história que queria viver
O mundo que espera se entrelaçar em seus dedos
Ela não tem muita certeza sobre o que deseja pra hoje
Mas queria uma fatia de audácia
E uma pitada daquele ânimo atípico
Ela quer mudar tudo
Mas não tem ninguém que a faça ter vontade de arrastar os móveis
Ela organiza a casa e não sente mais aquele cheiro bom de Jasmim
Você julga e pressiona uma atitude dela
E esquece que ela existe em você, e doi tanto quanto pedra no rim.
Deixa ela quieta, ela só precisa pensar um pouco
Amanhã ela acorda bem e coleciona novas confusões
E talvez fale sobre. Talvez não.

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